quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

CBTU ameaça parar metrô do Recife a partir da próxima semana

17/12/2015 -  Folha de Pernambuco  

Uma semana após a Folha de Pernambuco antecipar a possibilidade de fechamento do metrô do Recife nos fins de semana, a direção nacional da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi além e escancarou o problema. O atendimento pode ser interrompido já na próxima semana por falta de pagamento da energia elétrica consumida na rede, que atende uma média diária de 400 mil pessoas e conta com 29 estações ao longo de 39,5 quilômetros.

Em janeiro, há a possibilidade de a mesma medida ser tomada nos sistemas de João Pessoa, Natal, Maceió e Belo Horizonte. O sistema vem sendo asfixiado por dívidas, uma delas atribuída a atrasos no repasse de valores referentes às passagens da integração metrô-ônibus.

Conforme a empresa, desde 2013, R$ 48 milhões deixaram de ser recebidos em Pernambuco, o que equivale a R$ 2,3 milhões mensais e a 16% de sua receita. Outros 20% são comprometidos com penhoras no valor de R$ 2,8 milhões. A fatia mais prejudicada, entretanto, é referente à penhora de R$ 7,5 milhões mensais relativos a uma dívida com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social (Refer), equivalentes a 54% dos recursos. "Com tudo isso, nossa receita fica comprometida em 90%. Essa realidade pode forçar uma paralisação dos nossos sistemas", declara o presidente da companhia, Marco Fireman. "É o único transporte do Brasil subsidiado em quase sua totalidade pelo Governo Federal", completa.

Empresa de economia mista, a CBTU tem 75% de seu orçamento dependente da União. O restante vem, justamente, da renda da bilheteria e do aluguel de espaços para publicidade. Desde 2012, o valor da passagem está congelado em R$ 1,60. Mesmo diante da crise financeira, há relutância em aumentá-lo. "Temos uma tarifa social, muito por conta das pessoas que transportamos, a maior parte de baixa renda", acrescenta Fireman.

Antes mesmo de medidas drásticas serem tomadas, os usuários já vêm sentindo o impacto da crise financeira no funcionamento dos trens e das estações. Ao longo deste ano, roubos e furtos constantes - que chegaram a ultrapassar cem casos em nove meses, ante 90, em 2014 -, expuseram dificuldades de investimento na segurança.

A falta de manutenção também foi um problema. O Sindicato dos Metroviários, em mais de uma ocasião, apresentou dossiês apontando o uso de peças de trens novos, sem uso, para a reposição em outras composições. Mesmo recorrendo a essas medidas, falhas elétricas e cenas de passageiros descendo de vagões quebrados no meio do percurso se tornaram rotina.

O Grande Recife Consórcio de Transporte, gestor dos terminais integrados, foi procurado, mas não pôde responder aos questionamentos antes do fechamento desta edição.

NEGOCIAÇÕES

A dívida com a Refer, que chega a R$ 2,6 bilhões, está em análise na Procuradoria Geral da União, com possibilidade de acordo para pagamento em 20 anos. Hoje, o caso será alvo de uma audiência. Já a possibilidade de corte da energia elétrica no sistema da Região Metropolitana do Recife está sendo negociada com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), conforme a direção nacional da CBTU.


17/12/2015 - G1 Recife

Rombo de R$ 48 milhões ameaça suspender operações do metrô

Presidente da CBTU diz que não recebeu repasse do Grande Recife. Sem poder pagar conta, energia do sistema deve ser cortado

O sistema metroviário pode parar na próxima semana. Isso porque o Consórcio Grande Recife não estaria repassando os recursos das passagens das integrações para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) há dois anos. O alerta parte do próprio presidente da CBTU, Marco Antônio Fireman. O valor da dívida estaria na casa dos R$ 48 milhões.

"Éramos para receber R$ 2 milhões por mês. Por conta da apropriação indevida dos nossos recursos, não conseguimos pagar a Celpe [Companhia Energética de Pernambuco]. Tentamos uma negociação com ela [Celpe], mas não ocorreu. Se não pagarmos, a energia será cortada e o serviço vai parar”, explica o presidente.

A passagem da integração custa R$ 1,60, dos quais R$ 0,60 são destinados à CBTU. Segundo Fireman, o valor arrecado seria revertido para despesas operacionais, limpeza, segurança e energia de tração. "Perdemos nosso fôlego de manter esse sistema em operação”. O sistema metroviário do Recife conta com 26 trens. Cerca de 400 mil passageiros utilizam o serviço de transporte por dia

Em um efeito dominó, Fireman diz que o Consórcio Grande Recife alega que o Governo de Pernambuco não está repassando o pagamento dos subsídios dos ônibus - a passagem de idosos, estudantes e deficientes – pagos pelo estado. Assim, o Governo não paga o Consórcio, que por sua vez não tem dinheiro no caixa e não repassa os recursos de direito da CBTU.

Na tentativa de contornar a situação e ganhar tempo, a CBTU entrará com uma liminar na justiça pedindo que a Celpe não corte a energia da Companhia. "É um serviço que afeta a cidade toda. Recife é uma cidade que vive o metrô. O sistema não pode simplesmente parar. Por isso, nosso departamento jurídico está entrando com uma liminar. Vamos ingressar na justiça também para penhorar a receita do consórcio”, adianta o presidente.

Em nota, a assessoria de imprensa informa que o Grande Recife "reconhece parte da dívida referente ao transporte de passageiros do Sistema Estrutural Integrado (SEI)". Porém  contesta os valores, que são repassados ao Consórcio pelo Sindicato da Urbana-PE. "Quando esse repasse é feito, o Consórcio retém os valores de causas trabalhistas da CBTU demandadas pelo Poder Judiciário, repassando para a Companhia apenas o restante, conforme acordo celebrado com aquela empresa estatal".

Sem pagar conta de energia, Metrô do Recife pode parar

 16/12/2015 - G1 PE

O sistema metroviário pode parar na próxima semana. Isso porque o Consórcio Grande Recife não estaria repassando os recursos das passagens das integrações para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) há dois anos. O alerta parte do próprio presidente da CBTU, Marco Antônio Fireman. O valor da dívida estaria na casa dos R$ 48 milhões.

“Éramos para receber R$ 2 milhões por mês. Por conta da apropriação indevida dos nossos recursos, não conseguimos pagar a Celpe [Companhia Energética de Pernambuco]. Tentamos uma negociação com ela [Celpe], mas não ocorreu. Se não pagarmos, a energia será cortada e o serviço vai parar”, explica o presidente.

A passagem da integração custa R$ 1,60, dos quais R$ 0,60 são destinados à CBTU. Segundo Fireman, o valor arrecado seria revertido para despesas operacionais, limpeza, segurança e energia de tração. “Perdemos nosso fôlego de manter esse sistema em operação”. O sistema metroviário do Recife conta com 26 trens. Cerca de 400 mil passageiros utilizam o serviço de transporte por dia
Em um efeito dominó, Fireman diz que o Consórcio Grande Recife alega que o Governo de Pernambuco não está repassando o pagamento dos subsídios dos ônibus - a passagem de idosos, estudantes e deficientes – pagos pelo estado. Assim, o Governo não paga o Consórcio, que por sua vez não tem dinheiro no caixa e não repassa os recursos de direito da CBTU.

Na tentativa de contornar a situação e ganhar tempo, a CBTU entrará com uma liminar na justiça pedindo que a Celpe não corte a energia da Companhia. “É um serviço que afeta a cidade toda. Recife é uma cidade que vive o metrô. O sistema não pode simplesmente parar. Por isso, nosso departamento jurídico está entrando com uma liminar. Vamos ingressar na justiça também para penhorar a receita do consórcio”, adianta o presidente.

Em nota, a assessoria de imprensa informa que o Grande Recife "reconhece parte da dívida referente ao transporte de passageiros do Sistema Estrutural Integrado (SEI)". Porém contesta os valores, que são repassados ao Consórcio pelo Sindicato da Urbana-PE. "Quando esse repasse é feito, o Consórcio retém os valores de causas trabalhistas da CBTU demandadas pelo Poder Judiciário, repassando para a Companhia apenas o restante, conforme acordo celebrado com aquela empresa estatal".